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sábado, 1 de outubro de 2011

Eu recomendo

Festa de outubro em São Romão, nesse ano com Araketu e Amado Batista, é sempre boa, até 2009 quando o prefeito não fez a festa eu fui pra lá e tava bom. Durante o dia no Riacho então é o melhor da festa, 24 horas sem parar, o Riachim de dia parece a Bahia, trio elétrico e moçada de biquini, uma maravilha, dizem que não se encontra mais casa pra alugar na cidade, todo Ubaí vai, tem a galera de lá, que é da hora, a única coisa ruim é que não vai ser na beira do rio, onde é calçado, tem a brisa, todos os bares e restaurantes da cidade, pra ser na praça da rodoviária no meio do poeirão, qualquer sãoromano concorda comigo. Chego lá na sexta, pra me esbaldar, Gali perdão, quem do meu povo que não for pra Diamantina, bora pra São Romão.


São Romão

Minas Gerais - MG

Histórico


Com a descoberta do ouro, de tal maneira se intensificou o trafego fluvial de São Francisco,

conduzindo o metal à Bahia e de lá trazendo viveres e outras mercadorias, que aquela via fluvial

assumiu importância definitiva; ao mesmo tempo, um sem número de elementos desgarrados de

antigas bandeiras, de foragidos da justiça de todo o Brasil e Portugal, de índios nômades ou

aldeados, de escravos fugidos, infestavam as margens do grande rio, assaltando caravanas,

contrabandeando ouro etc. Tal estado de cousas exigia corretivo pronto e foi para tentar um

policiamento efetivo e fiscalizador que Januário Cardoso, sobrinho de Matias Cardoso, foi

destacado.

Com esse intuito, foi ele para Morrinhos com o primeiro objetivo de dominar a aldeia das

Guaíbas, situada numa ilha que dividia o grande rio em dois braços. Para tanto, ordenou a seu

sobrinho Manoel Francisco Toledo que conquistasse a ilha ocupada pelos Caiapós, levando como

guia o português Manoel Pires Maciel. Desfechado o combate, a luta desencadeou-se ferocíssima,

pelejando-se de sol a sol, com extermínio quase total dos índios. Celebrando a vitória que se deu a

23 de outubro, batizou-se a ilha com o nome do Santo do dia, São Romão, designativo que perdura

até hoje. Com os remanescentes reduzidos à escravidão, foi fundado o arraial na margem fronteira

e ocidental, sob a invocação de Santo Antônio do Manga, mais tarde Julgado de São Francisco

(1719).

Em 1736, foi São Romão teatro da primeira ação de um movimento de revolta contra as

autoridades da metrópole portuguesa que vinha, através de seus prepostos, sugando a economia

regional, a pretexto de captação de tributos cada vez mis pesados. O movimento, que os reinóis

tentaram esconder menosprezando com a depreciativa denominação de “Motins do Sertão”, foi em

realidade um movimento de profunda raízes, com plano pré-estabelecido para uma explosão

definitiva. A impaciência de um Padre, Antônio Mendes Santiago, invadindo a vila de São Romão

e denominando-a antes do sinal dado por outros cabeças, determinou a perda de todos os esforços

libertários, com a consequente perseguição a muitos naturais e proprietários da região.

Curioso foi o filho daquele português, Manoel Pires Maciel – que guiara os comandos que

dizimaram os Caiapós da ilha de São Romão – agora grande senhor de terras (as terras que o pai

roubara aos índios), tomar as dores pelo régio poder e contra atacar, derrotando o Padre Antônio

Mendes Santiago; foi, por sua vez, derrotado, dias depois, por uma força nativa comandada por

Pedro Cardoso. Ao ensejo desta segunda acometida, o filho de Manoel Pires Maciel fugiu. De

posse do arraial, os revoltosos formaram uma espécie de governo provisório, nomeando-se

secretários de estado e demais autoridades, como juízes de julgado, etc.

Como houvesse abusos disciplinares constantes, por parte dos revoltosos, muitos

julgamentos foram feitos, sendo aplicada inclusive a pena capital aos que abusaram do direito de

conquista, desvirtuando a campanha libertadora. O plano geral do levante determinava que o

distrito de ouros, ou seja, a região do rio das Velhas e do Sabarubuçu, se juntaria aos revoltosos

assim que dominado o sertão do São Francisco. O Governo da Província, depois de muito sangue,

muita perseguição, dominou o movimento que reservou a São Romão um lugar de destaque e de

honra na história de Minas.

Em 1831, a 13 de outubro, foi o arraial elevado à categoria de vila e recebeu o nome um

tanto contraditório para tal passado de lutas: Vila Risonha de Santo Antônio da Manga de São

Romão. Daí para diante, a comuna viveu mais calmamente e deixou de ser o centro de importância

de outrora, mesmo pela aparição de outras comunas, pelo desenvolvimento de outras vilas de

acesso, pelo deslocamento do comércio mineiro para o Rio, etc.


Gentílico: são-romano



Fonte: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros – Volume XXVII – Ano 1959.